Sobre o dia do escritor

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O escritor não procura as palavras. Elas vêm até ele. E quando chegam, se organizam de tal forma a criar um conjunto belo e feio de histórias, ensinamentos, efusão de sentimentalidades.  As palavras materializam as vivências humanas. O que foi escrito não pertence contudo ao escritor. Ele é apenas um meio para propagá-las. Elas são livres, ou melhor, são de todos. Basta lê-las para eternizá-las. Um escritor é feliz e triste por ser meio. Feliz porque consegue esgotar-se diante de um teclado, uma folha e canetas. Desabafa indiretamente, alivia tensões e realiza-se ao saber que muitos outros dividem suas dores e alegrias. É triste também quando se vê solitário. É triste porque é uma pessoa como outra qualquer. E está sujeito a julgamentos, perdas, fracassos, infelicidade, inconstâncias. Entretanto, das tristezas o escritor dá um jeito de criar e registrar as nuvens que pairam sobre ele. Registra tudo porque tem o olhar sensível à vida. Aos consagrados, aos que já morreram e ainda vivem por meio de seu legado, aos embrionários, aos que ainda se sentem vazios mas almejam ser meio para propagação das palavras. Feliz dia do escritor!

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