Sobre autenticidade.

Fonte: bitolahumana.com.br
Poucos são autênticos. Não digo em relação à gostos, moda ou qualquer outra coisa que adorna o físico ou intelectual. Nesse aspecto não tem como ser único. Somos muitos sem nem saber. Falo da autenticidade de ser a si mesmo em todas as circunstâncias, sem máscaras, sem mentiras, sem auto hipérboles elogiosas. Ter confiança em ser quem é. Isso sim é ser único. 

Faltam únicos nesse planeta nos cerca. Vejo iguais se arrastarem por todos os lados dançando o vazio da esquina de um final de semana qualquer. Ouço a voz triste no grito histérico de uma música embalada pelo etílico hálito de amantes de uma noite só. A fumaça dos cigarros envolve as criaturas que pensam, mas precisam se enganar irracionalmente na busca de uma felicidade que se vai com a tal nuvem solta pela boca. 

Convivo com personagens. Em tramas. As mais diversas. A vilã que se faz de mocinha para virar protagonista no trabalho e aceita o papel de coadjuvante na vida amorosa do chefe. A mocinha que viaja pela internet e apresenta o passaporte falsificado para não perder a cena em que amigos discutem experiências internacionais. O vilão que dissimula uma personalidade para conquistar uma jovem. Um belo teatro de vítimas de si mesmo.

Falta amor, falta Deus, falta tudo. Falta espaço para respirar o ar puro de dentro. Carece de tranquilidade para enxergar a paz de ser a quem se é em meio ao furacão do cotidiano. A liberdade é não se escravizar em mentiras e prisões de traumas, muitas vezes alimentadas pelas próprias mãos. Escravos do status, do dinheiro, da festa, da bebida, da falta de sentido na vida. 

Somos no silêncio. O espetáculo nada diz da gente. Somos na voz que cala, não nas explicações excessivas. Somos mutantes, embora. O que não significa que deixamos de ser quem somos. E quando aprendermos a ser quem somos e melhorar o que quer que seja, talvez tenhamos (sejamos) menos iguais. A autenticidade trabalhada na alteridade de aprender a conviver consigo mesmo. 

(...)

Comentários

  1. Ultimamente as pessoas tem mais recursos a educação, artes, mas paralelamente a isso, nada procuram para melhorar como ser humano, indíviduo. Vão se esvaziando como os demais, tolos, futeis, sem nenhum sentido para viver. Quer dizer, o sentido deles é torna-se cada vez mais individualistas e egoístas. Como você disse "Falta amor, falta Deus, falta tudo", só acrescento mais uma coisa falta carater, comportamento que tem assolando todos os que no rodeiam.
    Adorei a texto.
    Bjs.
    Higor Sousa Silva

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  2. "Todo homem nasce original e morre plágio". Millor

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