A lata.


Nathália Coelho
(Escrito em janeiro 2009)

A moça morena comprou uma lata.
Junto com suas amigas, bebeu o líquido preto.
Atirou a lata no chão.
Um garoto que vinha balançando sacolas chutou a lata.
Foi brincando com ela até o seu portão.
Plim! Plaft. Creck! Ela faziam ao rolar no asfalto.
Parou. Entrou. A lata ficou.
Então, veio o cachorro salsicha e mordeu a lata.
Carregou-a pro seu tapete.
Mordeu, mordeu, mordeu, cansou.
Foi dormir.
O dono do cachorro viu a confusão.
"Essa lata é lixo!"
Atirou-a no latão.
A senhora gordinha amarrou o saco escuro.
A lata balançou.
Então, o saco da calçada, foi parar no caminhão.
Foi aquele homem de roupa laranja!
Estrada, casas, estrada e milhões de outros sacos.
A lata encontrou várias latinhas multicores.
Chegaram. Freio.
Uma montanha enorme na escuridão.
Mais uma vez foi lançada.
Caiu no pé de uma menininha ruiva.
Cabelos da cor da roupa do pai.
Ela sentou e abriu o saco com cuidado.
Um brilho tímido vermelho.
Era ela, a lata!
Pegou-a, e a desamassou.
Construiu um carrinho com rodinhas de botão.
Voltou para casa.
Presenteou o irmão.
Um grande sorriso ele abriu.
Um abraço apertado a menina ganhou.
O menino correu para a cama.
Colocou a lata-carrinho na cabeceira.
E lá, ela ficou para sempre!

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