O nascimento da poesia

Foto: Nathália Coelho/Brasília - DF
     Nathália Coelho

A poesia, quando quer se manifestar, é como uma bolinha de ping e pong a pular dentro de nós. Quanto mais ela quica, mas forte fica o sentimento. A agonia pega carona com o sangue nas veias, artérias e vai desembocar na ponta dos dedos, em forma de um fluido transparente. Aquilo envolve nossas mãos e papel (ou teclado). As palavras se desenvolvem desse enlace, como um bailado de casamento!
A princípio não sabemos a mensagem que ela carrega. Só identificamos depois de pronta, feita. Às vezes nem assim, afinal também é perene, sem começo e fim. Se quiser ser miolo pode, nenhum problema. De vez em quando vem em forma de natureza, contempla céu, terra e os elementos coexistentes entre um e outro. Outras, quer mesmo é explodir tudo que o amor deixou cair, ainda que, no minuto seguinte, levante-o da forma mais sublime e delicada.
Se for o caso, transforma-se em escuridão. Transmite nas entrelinhas os mistérios da noite de fora e de dentro. Inclusive, pode ser noite em plena luz do dia. Fala e desabafa! Cria e desmantela. Constroi e derruba! Apaixona e repudia. Equilibra e desequilibra. Segue os devaneios da mente e as batidas do coração. Ora prefere a razão, ora prefere a emoção. É inconstante em linhas paralelas...
Nasce da agonia, vem para acalmar! Nasce do descontentamento, vem para serenar! Diz o indizível, desengasga o nó da garganta sem gritar. É independente. É viva. Nunca morre!

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