O respiro do dia

Ela parou na porta da sala da coordenação dos professores. E ficou olhando ansiosa para dentro, observando os movimentos da Tia Juliana. Era da turma dela o ano passado. De repente, eu, - que precisava espairecer e enxergar o sentido da vida em alguma coisa e por isso estava lá - acenei pra ela e sorri. Ela me sorriu de volta. Nessa hora minha mãe percebeu a visita e a chamou para entrar na sala. Ela veio correndo, com seus passinhos firmes de criança saudosa. Professora e aluna se abraçaram. Baixinho, ela disse:
- Sabia, tia, que já sei escrever sozinha!
- Parabéns, minha linda! Você está muito esperta!
E aí ela voltou a correr no recreio. E a minha mãe voltou ao seu ofício de ajudar a humanidade.
(Dos pequenos grandes momentos que valem a vida, quando tudo no mundo é holofote de abismo. Ainda que as coisas estejam do avesso, Deus continua sendo bom.)

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