E se.
Mas se ela ficasse e a agonia crescesse, a tal ponto de sufocar e estafar, reprimindo desejos e anseios que o coração gostaria de sentir. Largaria vontades profundas e deixaria escorrer a rotina para dentro de seu ser.
Contudo se ela fosse, pensando em todos, principalmente em si? Fosse com a certeza de voltar um dia, mesmo que daqui muitos dias, poderia até sentir saudade... ( e a saudade apertaria o peito, certamente).
Porém se ela ficasse nem saberia o que é a saudade de estar longe cotidianamente. E não sairia da sua zona de conforto, nem experimentaria novas sensações de saber (sobre)viver longe de casa.
Entretanto, se ela fosse, iria aos poucos, para não haver sofrimento desmedido (e é possível?). Iria dando passos pequenos, a fim de se acostumar com a ausência dos seus. E como partir se o amor é demasiadamente grande a ponto de explodir?
Todavia, se ficasse e resignasse, decidiria por amar sem pensar em seu crescimento pessoal. Amar é possível e inevitável. Mas e o amor próprio?
Mas se ela fosse, o amor aos seus seria o reflexo do amor por si. Eles entenderiam que ela tinha um caminho a ser traçado e cultivado. A individualidade não anula o amor. Afinal, o amor é liberdade.
Contudo, se ela ficasse, haveria o diálogo. O diálogo e o entendimento posterior de que é preciso alteridade para conviver.
Ir e ficar. Em ambas as alternativas existem consequências, extremos, dificuldades, vantagens e desvantagens. Tanto faz ir ou ficar. Se a poesia estiver presentes nas conjunções adversativas da vida, pode ser que seja mais fácil digerir um ou outro.... um dia.
No dia em que lhe vier coragem para dizer "portanto"... ficarei, ou "desse modo, irei."
No dia em que lhe vier coragem para dizer "portanto"... ficarei, ou "desse modo, irei."
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