Perseguição Policial
Era meio dia. O jornal abriu com uma perseguição policial na
Avenida Hélio Prates. O cinegrafista estava super equipado. Uma go pro na
cabeça dava a dimensão dos passos dos bandidos. A câmera na mão para fora da
janela do carro mostrava o rosto dos fugitivos direitinho. A Transmissão por
terra era via mochilink. Também pelo helicóptero. Uma equipe acompanhando por
fora. De casa, um barraco apertado no Sol Nascente, eu assistia a tudo. Eram
homens conhecidos da comunidade. De repente eles começam a atirar. Acertam o
carro da polícia e o cinegrafista pega a imagem certeira. Vaza o áudio:
"pqp!! Olha essa imagem. Peguei. Meu Deus do céu, que porra é essa?"
O bandido permanece atirando. Agora na câmera. Tudo ao vivo. Eu vendo da TV. A
imagem fecha porque provavelmente o equipamento parou de funcionar. Mas a
central já gravou a cena, que fica repetindo em looping o "pqp!" para
o telespectador. Imagino que a audiência está alta. De repente gritam na rua e
me assusto. "Eles estão voltando!" "Fechem as portas!" "Fulano
disse que ele está procurando uma casa pra se esconder!" Medo! O coração
acelera. Passo a chave na porta. Tampo-a com a cortina. Não adianta. Alguém já
está esmurrando querendo entrar. Pânico! Pânico! Encolho-me no canto da cama. É
um cômodo único. Fecho os olhos. Ouço murros. O trinco sendo estourado a bala.
Rezo. Acordo de supetão.
É apenas um sonho. Nas férias. Nas férias...
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