Amar.
Difícil é amar sem esperar nada em troca.
Foto: Nay Pérola / Praia João Fernandes - Búzios / RJ |
Difícil é amar sem expectativas de que o outro seja da maneira que lhe agrada, convém, aos moldes de sua concepção de verdade.
Árduo é praticar o amor despretensioso, que dá a outra face quando o que mais se pretende é esgotar sua incapacidade humana de resiliência e vociferar palavras ao vento.
Há dificuldade em amar o outro, humano também, cheio de defeitos.
Quem ama e quem é amado tentando lidar com esse sentimento tão espiritual num palco de imperfeições.
A tarefa de descobrir a linha tênue entre o amor próprio e o egoísmo também não é para qualquer um.
Difícil é amar sem pensar muito e viver e amar ao mesmo tempo.
Sem devanear demais para não estragar o que é invisível aos olhos, mas totalmente sensitivo ao corpo e coração.
Árdua atividade de reiterar para si mesmo o amor a alguém, quando esse alguém, por amar demais ou de menos, abre uma ferida dentro da gente.
Preciso compreender esse amor. Não é demais, nem de menos, é o amor diferente daquela pessoa.
No final das contas fala-se tanto em amor, e nada sabemos sobre ele. Nada.
No fim resta o silêncio no peito.
Também ama-se em ausência.
Ama-se até mesmo quando o que mais quer é se afastar.
Ama-se em distância.
Na raiva.
No desmantelo.
O tal do amor não morre.
Só resigna-se.
Esse amor.
Esse amor...
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