sobre o foco da alma

Fortaleza/CE - Lucas Madureira

Há dias que ficamos assim, como essa imagem: tremida. Sem luz suficiente ou base sólida para marcar o simulacro digital do filme fotográfico. Trememos por dentro, misturamos sentimentos, jogamos tudo pra cima esperando que nada caia sobre nossa cabeça. Coração aperta sem motivos aparentes. Sufoca com a ausência da coragem nossa e alheia diante da vida. Padece só de pensar nas fugas dos relacionamentos, da falta de maturidade no aprofundamento das relações humanas. Como o instante que materializou o momento, ficamos parados no tempo, esperando que algo novo aconteça sem sair do sofá. É que às vezes essa história de viver em crescente velocidade gera uma reação adversa de querer parar o tempo. E quando cessamos, tudo que é pesado do mundo recai sobre os nossos ombros e ludibria os sentidos, deixando a gente assim: sem foco, borrada, rabiscada por dentro. 

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