Não colecione troféus

Não colecione nada em sua vida como troféus. 

Sem a consciência da pequenez de si, corremos o risco de engrandecer-se demais diante do outro. E achar, por um lapso de ignorância e imaturidade, que meu pódio da vida é maior, mais alto, mais importante, primeiro lugar. Não dá pra saber. E nem tente. Não meça o que não nasceu pra atender o desejo de uma régua. Isso te faz bobo. 

Ser católico, evangélico, espírita, budista, ateu, agnóstico não é trunfo. É só questão de escolha individual. E não há, entre as variáveis, um "melhor que o outro". Ter a família com pai e mãe, só pai, só mãe, mães, pais, só vó, só tio. Ser sozinho. Também não te faz melhor. Nem pior. Ter esta ou essa habilidade, conhecer tal cidade, publicar tantas fotos com a cara feliz. Ou reclamando da vida. Não te faz nada. Nada. Absolutamente nada. Ter dinheiro ou não ter. Morar em Ceilândia ou no Lago Norte. Também não. Não é troféu. Nem condenação. 

Veja, para um mundo do tamanho que conhecemos, já devíamos compreender: escolhas e caminhos são só escolhas e caminhos que seguem parâmetros internos do ser. Seguem um mecanismo interior que é só seu e da sua história. E de mais ninguém. Não deveríamos justificar nada. Nem levantar o nariz pra nada e ninguém. Tampouco julgar, comparar, se achar ou se denegrir. 

Não devemos colecionar troféus. 

Troféus impõem respeito. E tudo que é imposto não tem validade. Deveríamos focar em conseguir enxergar a estrada, nossa e dos outros: infinitamente maior e mais vasta que a mim mesmo. 

A estrada chama o respeito, porque consigo enxergar as dificuldades, as pedras, o contexto meu e do próximo. Parece utópico. Mas eu acredito ser por aí o que chamamos de alteridade, de amor. 

Amor anula troféus. Amor desnuda troféus. Amor não precisa de troféus. 

Amor é!

(Nathália Coelho)

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