Em guerra.

Fonte: http://loucospelagringa.com/

Talvez todas as minhas postagens na Internet sejam uma tentativa frustrada de dizer: "olha! Tô aqui, viu!" Não me esquece. Porque você não sai da minha cabeça nenhum dia sequer. E a todo momento, silencio minha voz, que quer gritar seu nome e não deve. Emudeço a mão. Calo o coração. Travo as palavras na língua. Vou vivendo só com dez porcento de mim. 

Descubro, enfim: Minha alma virou território para uma guerra fria, que se passa sem alardes externos, mas derruba aviões, lança mísseis, destrói habitats, trava luta corporal e compete armamentos no interior. Nesse conflito, o confronto se dá entre o ego e a consciência. E ainda assim, mesmo sendo você só um expectador disso tudo, o muro de Berlim parece nos dividir Alemanhas. Tão concreto e tijolo esse afastamento, que nem sei... Será que do lado de lá você pode me ouvir? Pois eu te ouço daqui. Metade de mim, sente sua presença interior. Outra metade também. Mas ainda paira em dúvida sobre tudo isso. Afinal devaneios e intuições se confundem nesse cenário bélico. 

A guerra travou-se. É fato. Só quero saber quem vai me salvar! Provavelmente eu mesmo. No dia em que todas as entrelinhas vierem à tona e, em frente de batalha, conseguir enfrentar o monstro chamado eu e você. Derrubarei o muro. E pode haver festa ou constrangimento do outro lado. Tanto faz. Mentira. Tanto fez. Mentira de novo. A expectativa é de fim de confusão. 

Pelo sim ou pelo não...  Quero é descobrir se essa guerra te assola também. E se ainda se priva do barulho bom do coração e da excitação que vê o mundo em lentes de hipérbole, justamente por ter um paredão a nos separar. Fico imaginando o momento da calmaria e da paixão enfim vivida. Ou o som do engasgo da garganta. Fico pensando no céu estrelado e na lua cheia. Ou na noite escura e fria... Fico imaginando o doce das bocas. Ou o amargo do não... Fico pensando no toque apertado dos corpos. Ou no aperto singelo da mão... Fico imaginando início de uma vida a dois sem muros. Ou o fim de "uns" que nunca serão dois, e um muro invisível a existir. 

Nesse dia, a guerra vai acabar. Só não sabemos como. Ou até sabemos. Intuimos. Ou devaneamos. Ou não. Nessa história ainda não chegou 1989...

(...)

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