Desmantelo

Entrego-me
nem sei quem és
tu também não me conheces
talvez de vista, de estados, de modos
de corpo, de contexto
Nada sabemos um do outro daquilo
que vem de fora para dentro
Mar a natureza sentiu semelhanças
Coração pulsou gritos e amenizou saudade
daquilo que aparentemente nunca foi
ou era e é,  até seus olhos me encontrarem
e o desejo ir além de um balcão.
Resgatou-me de mim mesmo,
da introspecção de viver nesse esconderijo
do interior do interior...
Pegou minha mão e me puxou
de dentro da minha piscina de desesperança,
fez-me sentir novamente.
Abriu meus olhos para as formas,
me desenhou com os lábios.
Reconheci-me diferente,  e no torpor,
Mudei. Te encontrei.  Achei,  conheci.
Tu és misto de fogo e candura
Entorpecente da razão
Causador de barulho onde habita(va) calmaria.
É feito criança que entra gritando na igreja
com chocoalho na mão
Tirando sorriso da boca dos fiéis
Do nada!  Você apareceu.
Do nada!  Domada. Domada (fui)
Do nada.  (...) E trouxe tudo consigo.

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