A noite sob a noite

Pousada Gammel Dansk - Búzios / RJ
Garoava em seu interior.
As nuvenzinhas cinzas brincavam
de entristecer a alma.
E soltavam entre si trovões
nos pés umas das outras.
Riam e choravam chuva,
inundando o terreno daquele coração.
O céu da boca era azul escuro
de uma noite fria e sombria...
A todo custo a escuridão tentava silenciar
os grilos que faziam graças.
Mas eles permaneciam falantes.
A dona desse mundo,
deitada na namoradeira da varanda da casa,
sentia a metereologia de si
E se tempesteava com o que via.
- Como pode!? - exclaguntava ela.
- Sob as estrelas do firmamento existirem tantos tempos dentro de um mesmo tempo?
- Enquanto chovo, o luar brilha do lado de fora. E não era pra brilhar dentro também?
Veio então uma leve brisa
Bagunçou os pensamentos
Balançou a rede dos cabelos lisos soltos
sobre as montanhas ombros.
Fez a curva e foi soprar
pela janela aberta dos ouvidos,
ecoou no paredão do espírito:
- Vai passar.
- Vai passaaaaaaaaar.... - respondeu o grito.
- Vai passar.
- Vai passaaaaaaaar... (passarinho) - mais uma vez.
E o mundo enfim fechou os olhos
E pôs-se a dormir pelo embalo da cadeira de balanço.

Comentários

  1. Melancolia em poesia, muito bem expressada,
    ainda bem que passa.(-" Vai passar.")
    rsrs.

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