De tanto.

Foto retirada de fazendoautocritica.blogspot.com
De tanto querer ser tanto
derramei meu pranto sobre mim
De tanto querer ser entrega
podei minhas pernas a caminhar para si
De tanto querer doar o amor
Esvaziei-me de mim mesmo
quase acabei
vidro vazio, frio, sem tampa.
guardado sobre a frieza de um balcão
esperando resgate,
ser refil do recomeçar
De tanto derramar-me para o mar alheio
ando precisando de outras águas
para lavar, preencher, entupir
trans-bor-dar
E de tanto se dar,
acabar cheia de novo
de tanto receber.

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