Desabafo.



Porra! Já tenho quinze anos. Será que elas não entendem? Eu já sei o que eu quero, já cresci, tenho meu estilo e gostos. Não preciso ser acordado, não quero carinho. Carinho de família é coisa de maricas, criança. E eu já passei dessa idade. Beijinho pra lá, beijinho pra cá. Quê que isso, Meu Deus! Nem, vamos parar com essa melação. Abraço e aconchego só se for dos braços de uma menina, deusa e linda. Ai, que saco! Caramba. Pára de gritar!! Chatas, chatas, chatas. Quem aguenta esse clima dentro de casa? Um milhão de perguntas sem fim. Sei me CUIDAR! Aliás, pra quê mesmo que servem os pais e os irmãos? Pra encher o saco e desconfiar de tudo. Caralho! Paciência. Não vou arrumar o quarto, não vou ser um nerdzinho na escola. Vou passar e pronto. O certo é passar, não é? Não bebo, não fumo, não uso droga. Mas a minha mãe continua dando os mesmo conselhos de sempre. Eu já ouvi. Minha irmã, acha que tem direito só porque virou a tal da madrinha de Crisma. É mole? Besteira... Não... né não. É coisa de Deus. Mas antes de madrinha, ela é minha irmã. Não tenho que respeitar. Quanto à Deus, até isso, minha família quer tentar adivinhar. Olha, aqui vai um recado: o silêncio é meu. Não preciso compartilhar. Ou melhor, não sinto necessidade. Não vou incomodar vocês com o que me importuna. Nem eu sei... Só que queria que vocês entendessem o seguinte: o amor existe. Existe sim. Lá dentro do meu coração. Foram vocês mesmo que me ensinaram a ter. Isso e todos os princípios que tento seguir hoje. Mas entendam. Não sou desses de ficar o tempo todo falando eu te amo. Meu amor é a confiança de que os tenho, mesmo com a vontade de ter o mundo, nesse momento. Também não sou perfeito, mas sei que vocês vão me aguentar. Afinal, somos uma família. Confiem em mim, é só o que eu peço. Só. Desculpem, foi só um desabafo. 

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