Autobiográfico

 Texto escrito para o Grupo Escribas.

 Sou simples e comum.

 Amante das cores, do sol, da música, da dança, da poesia que nasce do concreto da cidade.

Já fui muito sonhadora, mas a maturidade me deu âncoras para me prender ao chão.

Amo minha família, minhas origens brasilienses. Mas, confesso, amo mais Minas Gerais! Amo as letras e, pelas palavras ditas com intensidade me apaixonei.  Foram os livros os maiores motivadores da profissão que escolhi para vestir meu trabalho. Lembro-me como se fosse hoje, quando a lâmpada do jornalismo acendeu dentro de mim. Eu tinha 13 anos.  O Desejo tornou-se realidade e hoje, não só leio as notícias, mas as produzo...

Carrego dentro de mim um bálsamo que perfuma e alivia os dias. Emana amor, confiança e fé. Tranquilidade para o stress, resignação e silêncio quando preciso. O bálsamo é Deus. E sem ele, perco minhas forças vitais. Sem ele não sou nada, sem ele sou só uma pessoa, e não a Nathália.

Posso ser complexa também. Atribuição da minha natureza feminina.

Tenho uma queda aos dias frios e dias nublados. Afinal, o cinza também é uma cor! Sou dada à nostalgia. Como bem disse Clarice Lispector, ‘pareço ter perdido algo em algum lugar, em algum dia que não sei quando.’

Minha maior saudade é do que não vivi. Pareço ter a alma velha. E dessa velharia vem a revolta, ou melhor, a tristeza por muita coisa ditada pela contemporaneidade. O que eu faço? Rezo, leio, escrevo, rezo, leio, escrevo... faço justiça ao que está em meu alcance.

Ainda sou pássaro, grão de areia perdido no mundo do conhecimento. Tenho desejos perdidos no futuro... desejos de ter uma família, ser mãe, ser escritora...

Por vezes, sou cheia de vazios incompreensíveis. Mas vou vivendo! O bálsamo também é bússola. De tempo em tempos, ele guia a direção. E vou seguindo!

Sou assim, frágil e forte. Defeitos e qualidades. Alegre e triste. Mais alegre que triste! Bem mais alegre do que triste... Sou só eu. Meio reticências. Sem ponto final!